
Se a gente olhar com uma visão empreendedora, o coelhinho é um dos maiores CEOs do calendário sazonal. Além de fofura, entrega chocolate (e quem não ama?). Já a Páscoa é a caça aos ovos do mundo dos negócios, com oportunidades escondidas para quem deseja unir alegria, sabor e lucro. Você não precisa fazer um grande investimento, porém precisa de um investimento estratégico. Abaixo, confira dicas que te ajudarão a sair da toca do coelho e saltar no plano de ação.
Utensílios que você precisa ter em sua cozinha
Em uma pesquisa rápida, você encontrará muitos confeiteiros que possuem quase uma fábrica de chocolate na cozinha – é máquina para bolear brigadeiro, espátula para isso, para aquilo, 4 tipos de termômetros, tigelas caríssimas… porém, nem tudo que reluz dá lucro. Não adianta pegar um carrinho e ir às compras como se fosse o Willy Wonka. Vamos com calma, priorizando utensílios que podem ser usados em diversas produções:
Tigela derretedeira de chocolate
Você precisará de uma tigela, ou bowl, para derreter chocolate. Entre as opções mais populares, há tigelas de vidro, plástico e alumínio. Quase todo mundo tem um recipiente de vidro em casa – se esse for o seu caso, já economiza e não precisa comprar. Uma das vantagens é que esse material pode ir ao micro-ondas e ser usado em banho-maria. Contudo, é preciso tomar cuidado durante o manuseio, pois o vidro retém calor em seu exterior, aumentando as chances de acidentes.
Outro ponto que merece atenção: o vidro transfere calor rapidamente para o chocolate. Isso pode queimar o açúcar contido em sua composição, além de interferir no processo de cristalização durante o resfriamento. Por isso, se utilizar um recipiente de vidro para derreter o chocolate, logo em seguida, transfira-o para outra tigela, interrompendo, assim, o processo de transferência de calor.
Recomendamos utilizar uma derretedeira de plástico polipropileno. Atenção: não pode ser qualquer plástico, pois o utensílio vai ao micro-ondas ou banho-maria. O valor é bem acessível, entre R$ 10 e R$ 30, é possível encontrar ótimos produtos. Uma vantagem é que a distribuição do calor é mais uniforme, agilizando o processo de produção e evitando que o chocolate queime ou o recipiente fique muito quente.
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Escolha um utensílio médio, com capacidade entre 1 e 2 litros, considerando que tigelas muito grandes não caberão no micro-ondas. Também prefira uma derretedeira com biquinho na ponta – esse designer facilita na hora de transferir o chocolate derretido para as formas.
Já a panela de alumínio derretedeira é uma boa opção para quem trabalha com grandes produções, por exemplo, precisa derreter 5 kg de chocolate ao mesmo tempo. Exige um investimento bem mais alto, que pode ultrapassar R$ 500, e não deve ser levada ao micro-ondas. É um bom investimento a longo prazo, principalmente se você trabalha com chocolate o ano todo, porém, para quem está começando, vale deixar esse utensílio de fora por enquanto.
Espátulas de silicone
É difícil quem não tenha uma espátula de silicone na gaveta do armário. Esse utensílio, que ganhou bastante popularidade na cozinha do dia a dia, é a queridinha das confeitarias. Além de fácil de limpar, é durável, pode ser usado em altas temperaturas, possui valor acessível (a partir de R$ 10), não risca revestimentos antiaderentes e auxilia no aproveitamento 100% da receita, pois raspa bem o recipiente.
Se tiver uma espátula ou colher de plástico em casa, pode usar. Contudo não é a melhor opção para comprar. O plástico comum tende a ser menos resistente que o silicone e, em altas temperaturas (por exemplo, quando o brigadeiro está quase no ponto), pode começar a derreter. O plástico industrial oferece ótima resistência ao calor, contudo é mais difícil de encontrar.
Não recomendamos utilizar colher de pau. Em ambientes comerciais, como bares, restaurantes, padarias etc., o uso desse utensílio é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A madeira aumenta as chances de acumulação de sujeiras e microrganismos prejudiciais à saúde, começa a apodrecer com o tempo, pode soltar lascas durante o preparo do chocolate, além de ser mais difícil de higienizar.
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Tenha, pelo menos, 1 espátula de silicone. Também é possível usar uma colher de silicone, porém seu formato concavo atrapalha alguns processos, já a base reta da espátula é mais eficiente. Ainda, um fouet (batedor) de silicone é bem-vindo para ser utilizado em receitas que precisam de incorporação de ar. Em resumo, vale investir nesse trio.
Formas para chocolate
Aqui, a gente entra em um universo sem fim da Páscoa – as formas para chocolate! Há opções que você nem imagina que existam, desde as tradicionais, para ovos, bombons e barras, até moldes com texturas e desenhos de todos os tipos (coelhinho, cenoura, ovelha, dinossauro, coração etc.).
Embora o valor da forminha não seja inacessível, é legal fazer uma seleção criteriosa. Caso contrário, você ficará com um monte de moldes sem serventia em casa, ou, pior ainda, produzirá produtos muito específicos que não alcançarão o público geral, resultando em dificuldade de venda.
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Vale saber que há 2 tipos principais de formas: acetato e silicone. A forma de acetado é tão baratinha que chega a ser atrativa (com R$ 2 reais, você compra uma forma de ovo de Páscoa médio). No entanto, sua durabilidade é baixa, ela quebra muito fácil. Também perde o formato rapidamente e é mais difícil de desenformar – há chances do chocolate quebrar.
Por outro lado, a forma de acetato é uma boa opção para quem vai fazer apenas 1 ou 2 ovos, ou seja, produção caseira para presentear ou para consumo próprio. Também ajuda muito na confecção de detalhes e enfeites minimalistas decorativos, como coelhinhos e cenourinhas de chocolate.
Para empreender, seja na produção de ovos ou bombons, a forma de silicone é a melhor opção. Ela exige um investimento maior (em média, com R$ 15, você compra uma forma para ovo de Páscoa de 150 gramas), porém é mais resistente e fácil de manusear, reduzindo as chances do chocolate quebrar.
Outra vantagem é que a forma de silicone para ovos (a mais utilizada) vem com 3 partes: a primeira, uma forma de acetato com marcação, indicando até onde você deve colocar o chocolate; a segunda, uma película de silicone, que é encaixada sobre o chocolate, garantindo um formato uniforme; e a terceira, também de acetato, porém sem marcação, colocada por cima da película de silicone para garantir uma boa fixação do chocolate.
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Na hora de escolher o tamanho e os formatos das formas, considere seu objetivo de vendas. Para quem está começando a empreender, uma opção segura, com bastante procura no mercado, é o ovo médio, entre 250 e 300 gramas. Entretanto, também é importante ter outros tamanhos de forma, pequeno e grande, principalmente para atender a pedidos sob encomenda.
Com uma forma, é possível fazer um ovo de Páscoa: você faz, primeiro, uma banda da casca, espera o chocolate cristalizar (endurecer), desenforma, então, faz a outra banda. No entanto, isso atrasa um pouquinho o processo de produção. Dentro do possível, tenha, pelo menos, um par de forma para cada tamanho de ovo.
Os moldes de bombom e de barra de chocolate também são ótimas aquisições, com boa saída no mercado. Se você cuidar certinho, eles duram por bastante tempo (já tivemos formas que aguentaram duas Páscoas tranquilamente). Na hora de lavar, use uma esponja macia, sabão neutro e água em temperatura ambiente. Conforme sentir a necessidade e surgirem demandas, vá comprando outros modelos de forma e aumentando suas possibilidades de produção.
Balança e utensílios que facilitam a produção
“Ah, mas eu não preciso de medidas, vou no olhomêtro mesmo!” Esse tipo de pensamento é um dos principais erros na produção de ovos de Páscoa. Deixe para inventar moda durante o processo criativo de novos recheios, cascas de ovos, bombons etc. (e sempre anote tudo). Para vender, você precisa, sim, tanto de uma receita quanto de uma balança.
Com a balança culinária, você tem o controle das quantidades, evitando o desperdício de chocolate derretido ou deixando um ovo com mais recheio que outro, o que pode causar tanto prejuízo financeiro quanto insatisfação por parte dos clientes. Também há o risco do recheio desandar, ficar muito duro ou mole demais.
Se você for fazer temperagem de chocolate (falaremos sobre isso adiante), o termômetro culinário é indispensável – a temperatura deve estar de acordo com a receita. Há dois tipos: o termômetro digital manual, que precisa entrar em contato com o chocolate e o resultado demora um pouquinho mais; e o digital com infravermelho, que é mais caro, porém oferece um resultado mais rápido e sem necessidade de contato com o chocolate.
Um grande amigo na hora de decorar e finalizar os ovos de Páscoa, bem como cupcakes, é o saco de confeitar. Há opções descartáveis e reutilizáveis. Para quem não tem muita prática, indicamos a descartável, pois é mais fácil de manusear. Claro, você também precisará de um kit básico de bico de confeiteiro – qualquer marca, ou tamanho, encaixa em qualquer saco de confeiteiro.
Aproveite e compre uma caixinha de luvas para uso culinário (as luvas de nitrilo são as mais indicadas). Elas evitam que, durante o manuseio, o ovo de Páscoa e as casquinhas de bombons fiquem com marcas de dedos. Também ajudam muito na hora de enrolar brigadeiro, garantindo que o doce preserve seu brilho. Lembre-se: após o uso, a luva deve ser descartada, inclusive se você for trabalhar com outro ingrediente, por exemplo, nada de mexer na casquinha de chocolate com a mesma luva que você enrolou brigadeiro.
Embalagens para Páscoa
A embalagem é a primeira impressão que seu produto deixa para o cliente. Ela deve ser convidativa e valorizar seu trabalho. Além disso, ajuda a proteger o chocolate, atuando como um protetor-térmico. As cascas de chocolate devem ser enroladas em papel-alumínio ou chumbo – recomendamos o chumbo, pois possui um visual mais atrativo e uma grande variedade de cores.
Se quiser, você pode comprar suportes próprios para apoiar o ovo de Páscoa e mantê-lo em pé. É uma boa opção se for finalizar o embrulho com papel colorido, assim, ele não ficará visível.
Uma embalagem acessível – e muito utilizada – é a folha de celofone transparente (nesse caso, não utilize o suporte, pois o resultado não ficará visualmente atrativo e o ovo de Páscoa perde um pouco do encanto). Basta enrolar o ovo (já embrulhado no papel-chumbo) em um pedaço quadrado de celofone (tamanho suficiente para criar o visual característico do ovo de Páscoa tradicional). Em seguida, finalize com um laço bonito ou fitilhos.
Caixas confeccionadas com materiais sustentáveis também estão em alta e ajudam a propagar uma identidade visual. Embora não haja regra, embalagens minimalistas tendem a ser as mais procuradas por adultos. Para crianças, desenhos temáticos, como coelhinhos e cenouras, fazem sucesso. Não esqueça de colocar uma tag/etiqueta de sua marca em cada produto.
Embora a embalagem agregue valor ao produto, cuidado para não gastar exageradamente com isso, pois pode interferir em seu lucro. Nossa dica para quem está começando: menos é mais! Foque no simples e personalize com elementos de sua marca.
Escolha do chocolate: qual é a melhor opção?
Por último, porém a matéria-prima da produção – não dá para pensar em Páscoa sem pensar em chocolate. Entretanto, qual produto escolher? Há duas principais opções no mercado – o chocolate nobre e a cobertura fracionada.
Antes de qualquer coisa, é preciso entender a diferença entre eles, que está relacionada à proporção de cacau presente em cada um. Se o chocolate possui 25%, ou mais, de massa e/ou manteiga de cacau, ele é considerado nobre. Caso tenha uma quantidade de cacau abaixo da porcentagem informada, combinada com outra gordura vegetal, é uma cobertura fracionada.
Por possuir mais cacau, o chocolate nobre oferece uma textura macia, sabor acentuado e derrete na boca facilmente. Para trabalhar com ele, você precisa fazer a temperagem – processo de aquecer e resfriar o chocolate – em uma temperatura correta. Isso dificulta bastante o processo de produção. É mais difícil de manusear e demora mais para cristalizar.
Então, sim, você pode trabalhar com o chocolate nobre, porém ele não é a opção mais prática, principalmente para quem está começando. É preciso um conhecimento prévio em confeitaria e habilidades técnicas para manipular o chocolate, caso contrário, o resultado não ficará bom, resultando em ovos opacos ou macios demais, que derretem a qualquer temperatura ou toque.
É aí que a cobertura fracionada entra na história – a queridinha das confeitarias e a preferida para a temporada de Páscoa. Essa cobertura é um doce com sabor de chocolate (também há outros sabores, por exemplo, caramelo). Ela não precisa de temperagem, é fácil de usar, oferece uma textura mais aveludada que o chocolate nobre e cristaliza mais rápido.
Você pode usar a cobertura fracionada para banhar doces em geral, biscoitos, pirulitos e frutas. É uma ótima opção para fazer cascas de ovos de Páscoa e de bombons, assim como para preparar recheios. Por ser mais resistente ao calor, facilita a produção em larga escala. Mesmo em ambientes mais quentes, é possível preparar várias cascas de ovos com antecipação e armazenar para vender na Páscoa, sem correr o risco do chocolate derreter ou perder a qualidade. Além disso, o custo-benefício é bastante atrativo – você consegue vender seu produto por um preço mais acessível, atraindo, assim, uma maior clientela.
Entretanto, não esqueça que é o seu nome em jogo. Não adianta vender um ovo de Páscoa barato e, depois, o cliente sair espalhando por aí que o seu chocolate é ruim. Para quem vai trabalhar com coberturas fracionadas, nossa dica é escolher um produto de qualidade.
A cobertura precisa ser saborosa, oferecer uma textura macia, derretimento fluido e finalização com aspecto brilhoso – conheça a linha de coberturas TOP, da Harald. Experimentamos diversos sabores, testamos em ovos, bombons e recheios. Tanto os culinaristas que trabalharam com o produto quanto as pessoas que comeram as gostosuras prontas, todos aprovaram. Tem nosso selo de aprovadíssimo!
Com os materiais necessários em mãos, é hora de começar a se organizar, fazer seu estoque de chocolate, definir cardápio e traçar suas estratégias. Para isso, você precisa de uma gestão de vendas na Páscoa – venha aprender sobre o assunto.
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